28 de julho de 2010

:: O Fim de Lampião e Maria Bonita ::





No dia 28 de julho de 1938, pela região de Canindé de São Francisco e Poço Redondo, Lampião, Maria Bonita e seus homens levantaram para fazer suas preces e foram surpreendidos por policiais. Eles acreditavam que a policia estaria procurando por eles no norte de Alagoas, mas essa informação também fazia parte da emboscada.


Filho de José Pereira do Santos e de Maria Lopes da Conceição, era o 3º de oito irmãos. Nasceu em 1898, em Serra Talham, porém, fora registrado somente em 1900.

Quando criança aprendeu a ler e escrever e logo foi ajudar seu pai no trabalho. Na adolescência envolveu-se, junto com dois de seus irmãos, em crimes por questões familiares. Seu pai, homem pacífico, quando ajudava um vizinho com questões de terra, foi morto pelodelegado de polícia Amarílio Batista e pelo Tenente José Lucena que procuravam por seus filhos. Isso só acendeu a ira em Virgulino, que foi procurar Sinhô Pereira para ingressar ao bando de cangaceiros.

Dois anos depois da entrada de Virgulino, em 1922, Sinhô Pereira passa o comando da tropa para ele.  No mesmo ano comandou o 1º assalto à casa da baronesa em Águas Branca, roubou jóias e bastante dinheiro.


Em 1926 recebeu uma intimação de Padre Cícero, em Juazeiro – CE, para juntar-se ao Batalhão Patriótico do município e combater a Coluna Prestes, recebendo, por isso, a patente de capitão e a anistia de seus crimes. Devoto do sacerdote, Lampião, atendeu aos pedidos partindo para Juazeiro com 49 cangaceiros. Outra versão aponta que essa convocação foi feita por Floro Bartolomeu sem o conhecimento de Padre Cícero, mas ao chegarem a Juazeiro receberam sermão do Padre e o pedido do abandono do cancaço. Em troca pediu a patente e anistia, acordada em um papel por Pedro de Albuquerque Uchoa, único funcionário público federal no município. Sem enfrentar a Coluna Prestes partiram para Pernambuco, lá foram perseguidos pela policia e descobriram que a patente e a anistia não existiam e voltaram ao banditismo



Entre sequestros, perdas de combatentes e fugas conheceu a esposa do sapateiro Zé de Neném, Maria Déia. Essa, depois conhecida por Maria Bonita, se apaixonou por Lampião e juntou-se ao bando. Sua fiel companheira teve duas gravidez, na primeira, sofreu um aborto e na segunda deu a luz a Expedita, sendo o parto feito pelo próprio Lampião. A menina permaeceu com os pais até uma batalha traçada na cidade de Paranatama, onde o pai foi derrotado e a mãe saiu ferida. Diante dos perigos foi deixada com o irmão de Lampião que não tinha ligação com os cangaceiros.

O cangaceiro e seu modo de vida foi registrado por Benjamin Abraão, que trouxe consigo uma carta de recomendação de Padre Cícero para tal feitio. São documentadas as roupas confeccionadas por Lampião inspiradas em guerreiros, como Napoleão, botas, cartucheiras, acessórios, além das regras e cultura.
Outra curiosidade é a ida de lampião ao médico para cuidar do olho vazado em Laranjeiras – SE. Ao chegar se identificou como um fazendeiro de pernambuco e foi operado pelo Dr. Bragança. Permaneceu por um mês no hospital para recuperação. No fim de sua internação, pagou toda a dispesa e deixou registrado em carvão na parede do quarto: "Doutor, o senhor não operou fazendeiro nenhum. O olho que o senhor arrancou foi o do Capitão Virgulino Ferreira da Silva, Lampião".


Toda essa saga de sua vida, de seu amor e de seu bando terminou, logo após as preces da manhã.

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