(latim vocatio, -onis)
s. f.
1. Inclinação que se sente para alguma coisa. = propensão, tendência
2. Disposição natural do espírito. = índole
3. Inclinação para a vida religiosa.
“Muitas pessoas confundem nosso trabalho com vocação. Nossa vocação é o amor de Jesus.”
Qualquer uma dessas definições se enquadra na história de vida de Agnes Gonxha Bojaxhiu, mais conhecida como Madre Teresa de Calcutá. Nessa data comemóra-se o centenário de seu nascimento. Na verdade foi registrada no dia 26, mas considera seu dia de batismo, 27 de agosto, seu verdadeiro aniversário.
Aos 13 anos foi tocada pelas palavras de um missionário jesuíta: “Cada qual em sua vida deve seguir seu próprio caminho". E pronto, a vocação começava a aparecer... aos 19 sai de sua terra natal a Macedônia e vai para Bengale, na India, onde entrou para a Congregação das Irmãs do Loreto e 2 anos mais tarde, fez seus votos, optando por uma vida de pobreza, castidade e obediencia. Em homenagem a padroeira das missionárias Teresa de Lisieux - Santa Terezinha, adotou seu nome.
As condições de miséria fizeram que não se contentasse somente em dar aulas. Fez um curso de enfermagem e em 1946 iniciou o trabalho pelo qual é conhecida hoje já em Calcutá com o aval do Papa Pio XII. Surge a ordem "As Missionárias da Caridade".
Como hábito, escolheu o sári branco, por significar pureza com detalhes em azul, por ser a cor da Virgem Maria. Buscava dar auxíliar principalmente a crianças com educação, noções de higiene e angariação de donativos.Em 1950 começa a trabalhar com doentes de lepra.
“Eu vejo Deus em cada ser humano. Quando limpo as feridas do leproso, sinto que estou cuidando do próprio Senhor.Não é uma experiência maravilhosa?" -- 1974.
Sua obra se expandiu em centros de apoio principalmente a leprosos, velhos, cegos e doentes com HIV por várias cidades do mundo, bem como em escolas, orfanatos e trabalhos de reabilitação com presidiários. Todos aqueles que normalmente são vistos com despreso tinham um lugar na caridade de Madre Teresa.
“Por favor, escolham o caminho da paz... Num curto período pode haver vencedores e perdedores nessa guerra que abominamos. Mas jamais poderá nem nunca será justificada a dor e perda de vidas que suas armas causarão." -- Carta ao Presidente Americano George Bush e ao Presidente Iraquiano Saddam Hussein, Janeiro 1991.
Em 1979 ganha o Nobel da Paz e sua obra não para de crescer.
Mesmo depois de sua morte em 1997 aos 87, sua vocação faz escola e seu trabalho missionário continua por todo o mundo.
Apesar de estar longe de ser uma solução para às questões sociais do mundo, Madre Teresa representa muito o agir de acordo com sua vocação para um bem maior. Em vários momentos de sua vida questionou fortemente sua fé, questionando inclusive a existência de Deus, mas nunca abandonou seu trabalho. Fazer o que nosso espírito está naturalmente disposto pode não ser exatamente uma obra de caridade importante ou mega feito pra humanidade, mas conseguir se dedicar inteiramente com a alma à alguma coisa é poder gerar - na sua devida proporção - um bem, seja pelo trabalho ou seja por devoção religiosa... “Se você julga as pessoas, não tem tempo de amá-las.” Não é para sermos Madres Teresas, mas estamos agindo de acordo com o nosso coração?
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